quinta-feira, 27 de maio de 2010

Revista Beat Brasilis


Queridos 'leitores' do entrelugar, leitores que me escrevem, escritores que me leiem,

Acaba de sair a edição anual da revista Beat Brasilis. Foram publicados três textos meus e outros tantos de ler, sentir e refletir. Podem baixar a revista por meio do blog da Beat:

http://www.beatbrasil.blogspot.com/

E aproveitem para dar um passeio no blog da Beat!

Vale conferir!

Abraço grande

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Estranheza

Ela sempre os achara estranhos; a conversa em alto tom, os trajes informes, desalinhados, os cabelos meio alvoroçados e brilhantes, como recém-lustrados. Eram dois, por vezes três, mas em constância eram dois; ele e ela. Ele, filho maduro sem madureza a matraquear; ela, mãe de faces já marcadas e cãs. Traziam consigo sempre aquelas sacolinhas brancas de supermercado com uma, duas ou três latas vazias, catadas no ir e vir. Desciam e subiam ruas num diálogo exaltado sobre coisas só deles e quem dirá dos outros, outros esses que jamais saberiam do dizer deles, pois que andavam assim apartados em sua dita loucura.

Outro dia desses, ela observara os dois a caminhar na sua rotina e olhou para si, viu-se nesse mesmo caminhar de loucura, talvez mais loucura, mesmo sem o figurino tão desacertado e em meio ao silêncio aparente, mas num falar consigo mesma irremediável e incontrolável. Por vezes, ela denunciava da varanda a passagem dos dois, ou os avistava a distância pelas ruas mesmo e comentava; sempre os dois na mesma coreografia diária, no mesmo cenário. Dizia deles, falava sobre eles, até os achava engraçado algumas vezes. Estranhava e pensava o porquê da cena tão repetida e aparentemente ensandecida; esquecia-se da sua imagem habitual de todos os dias, de sua loucura insana, de sua sanidade louca, esse limite tênue.

Os dois transeuntes de todo dia revelavam a loucura em um futuro qualquer, imediato ou mediato, revelavam-na a todos, conhecidos e desconhecidos, em algum momento; possibilidades. Ela ficava assim parada nesse olhar, com mente em pensamento sobre as loucuras que o tempo faz, nas contingências, nas incongruências, nas ‘desrazões’, nas fatalidades; a loucura a chamar a vida em falso esplendor e esperança; a loucura ali, sempre a rodear. Pensava também nas sanidades a esconder as loucuras.

Tempos depois soube notícias de memórias daquela família. Ele, que sempre acompanhara a mãe, nascera em desarmonia de mente; o terceiro e o quarto também. Ela, diziam; era bela, bem conformada e alinhada; os cabelos escorridos loiros e os olhos verdes de sedução causavam estranhamento bom, admiração. Após o casamento com moço também em alinho, nasceu ele, o terceiro e um quarto. O quarto, que foi o primeiro nascido, já se foi; contaram que se fora desnorteado, ‘overdoseado’ de substâncias várias. O terceiro, na verdade, o segundo, o do meio, aparecia pouco e sempre alvoroçado, endoidecido. O marido pôs-se a reviver a mocidade, sempre de vestes e corpo ‘honrados’, enamorado; não fazia mais parte daquele clã. Agora, pelos caminhos ao alcance do olhar dela, o corriqueiro era aparecerem os dois; ele, o caçula, atavicamente loiro de olhos verdes arregalados; ela , já de verdes baços a se fechar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sons e vãos do sem fim

‘E o sem fim pode ter cerca?’ Quincas se perguntou numa dessas suas andanças diárias pra roça do Seu Pedro Ramiro, onde labutava com rebanho sem conta, em vastidão e solidão de campos. ‘Claro que pode’, pensou consigo mesmo; ‘tem cerca que nunca acaba e vai mesmo é parar no sem fim; é só linha de céu que não se acaba e a cerca a correr por baixo; só mesmo quando a noite despenca sem estrelas é que não se avista mais o sem fim e nem a cerca...’ Depois pôs-se a matutar da divisão, dos dois lados que dão sentido pra cerca, e angustiou-se dos limites, até que pensou mais e repensou; ‘cerca é só um limite falso de arame fino ou grosso, liso ou farpado; é muro desfiado, cheio de vão, onde uma terra dança com a outra; arranham-se ou se gabam de pular de um lado pro outro sem se machucar, e assim os dois lados ficam ali vazados a escorrer paisagens, enquanto os donos ficam crentes dos limites. ‘Muro é bem pior’, pensava Quincas, ‘porque não deixa ver’. Certa vez Quincas foi visitar terra de casas muradas numa cidade sem campos. Havia só pequenas porções de campo com verdinhos escassos, a que chamavam canteiros, e ele se punha a lembrar era da cantoria dos campos abertos, dos mugidos, do vento e da chuva ressoando alto sem limites, mesmo com cercas pra todo lado. Ele achava sim que cerca era um tipo de muro, mas muro sem cola, só de enlace pra desfazer e cheio de janela sem fim. Nunca quis voltar na cidade dos muros e dos canteiros, que preferia mesmo era cerca e cantoria de campos, os sons e vãos do sem fim.

Mais tanto

Certa vez disseram a ela: 'eu te amo'. Ela duvidou desse amor e nunca soube se era mesmo amor ou vontade de amor, posto que o amor acabou. Continuou para sempre na dúvida dessa expressão tão corriqueira entre os enamorados. ‘Eu te amo’ virou expressão de incerteza. Preferia gosto tanto, quero-te bem demais, se possível acompanhados de reticências multiplicadas; enfim, qualquer palavra que julgasse mais amena seguida de outra enfática. Não sabia por que exato tinha tanto pudor desse corriqueiro dizer do amor, mas achava as outras formas mais sinceras, como se entre as palavras, uma a carregar a outra, houvesse um tempo de pensar, de refletir o sentir. Entre amigos sinceros achava a expressão definitiva ‘eu te’ mais ‘amo’ plenamente justificável, pois que via nela, nessa sintaxe de aproximação eu te, algo muito perto da amizade; desse diálogo, amor entre amigos, acalento. Mas do amor enamorado, sujeito ao apego exagerado do corpo, sorriam-lhe as reuniões de pedaços como a descrever com fôlego um sentimento sem descrição, misto de corpo e mente, fadado a desequilíbrios constates, como se o corpo buscasse a mente e a mente o corpo, e esses dois se digladiassem até o fatal. Não adiantava; tinha birra do ‘eu te amo’ e acusava-o de fingido porque viu tanto amor declarado assim se desfazer como um desencanto, sem dizer algum entre ‘eu e te’. Bom mesmo, ela pensava, era enamorar amigo; ‘eu te’ então soaria laço por amor de dizer amor e sentir amor, não apenas o lapso habitual dos enamorados prestes a se soltarem diante do definitivo ‘eu te amo’. Para ela, o ‘eu te amo’ penalizava qualquer ato falho, qualquer deslize ou inconstância; virava expressão falseada, impulsiva, não sentida, quase banal. Mas no fundo ela queria ter coragem de dizer ‘eu te amo', mas ‘eu te amo’ sentido como tanto.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A fusão dos olhos azuis

Hoje, em um intervalo dos cotidianos, beirei a janela, contemplei o céu e veio-me na mente a cena de uma sala de aula há tempos ida, mas que a lembrança fez-me retornar; ela lembrança que faz a gente ficar em todo lugar e pessoa que já visitou. Visitei alguém que não me lembro bem do nome, mas dos olhos azuis a contemplar o céu azul numa fusão irrefreável nesses intervalos de contemplar. Não saberia dizer o que via, se o nada era o que via, ou o cheio do nada infinito. Sei que era professor de física e que lidava com ela não de forma apaixonada, assim me parecia, mas afirmava da facilidade de resolver as questões propostas como quem não intentava alcançar a poesia da física em nós, mas facilitar o desprezível daqueles momentos, os quais não saberia dizer da importância exata. Assim, o físico de olhos azuis perdia-se no azul do céu, enquanto nós nos debruçávamos sobre o uso simplificado de suas fórmulas, e nem sabíamos que era o passo pro acerto do mundo desacertado em nós. Decorei aquelas leis em formatos de resolver; passei nas provas sem saber do poético equilíbrio e desequilíbrio dos movimentos do corpo e das máquinas, das velocidades e dos tempos embutidos e desembutidos, das inércias. Ficou-me, por agora, por depois, por antes, somente os olhos azuis em fusão com o céu; o professor que retornava atordoado do contemplar, a ditar a próxima formulação incompreendida...

domingo, 23 de maio de 2010

Blog de Ouro





Ricardo Fabião do blog Curvas da palavra acaba de encher-me de contentamento com o selo Blog de Ouro. Com tempo indicarei mais 10 blogues. Para o recebimento do prêmio devo responder a três perguntas...aí vão elas;


1 - Por que acho que mereci o prêmio?
O motivo da escrita é sempre o leitor; o outro, o outro em nós, nós mesmos, na tentativa de compreensão, de comunicação. Assim, vejo a gentileza do selo como um reconhecimento da escrita na mente e no coração, uma espécie de empatia do sentir razão.

2- Na minha opinião, qual post do blog é o que mais merece receber este selo?
Tenho certos mimos com meus escritos, mas, por vezes, vejo-os falhos e imprecisos. Nem por isso deixo de gostá-los. Tem um pequenino que se chama De través que gosto muito, porque diz exatamente dessa confusão em nós, desses muitos que nos habitam e que nos fazem angústia e alegria.

3 - Do blog que me indicou, o que mais me agrada? Ele mereceu este prêmio?
Ricardo apareceu, visitou-me sempre com flores nas mãos. Nunca o vi pessolmente, mas senti que o vi porque me acolheu com palavras do sentir. Ricardo sabe tirar poesia de poesia, trata a palavra com carinho...tira desse nosso passar, por aqui, percepções, que as temos cada vez mais escassas.

Keila

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Himalaia

Ele vinha todas as noites, impreterivelmente uma hora após o anoitecer, quando o breu já era cortina de disfarce. Ela o aguardava nos muros, silenciosa, ou mesmo em outra parte que lhe conviesse, mas sempre de orelhas erguidas, predispostas a ouvir o seu som. Ele chegava com grito alto, desesperado de saudades, de olhos verdes em regalo, naquele corpo felino, todo a esticar como se o corpo corresse mais que a mente, como se corpo e mente disputassem uma corrida inevitável pela chegada nos cumes, Himalaia. Ela se chamava Himalaia; seus picos nevavam tanto, queimavam. Ele nunca teve nome, porque ele era só chamar Himalaia...Corriam pelos muros, pelos telhados, fundiam-se num estrondo rouco e agudo, soltavam-se exaustos e raivosos, ela de garras, ele de susto; admiravam-se por horas, enquanto o sereno esfriava seus corpos, e loucos se procuravam...Um dia ele veio na hora marcada de sua Loucura Himalaia, sedento por seus cumes ainda inexplorados, sempre secretos. Ele a convidou a ir sem lugar de chegada. Ela o seguiu. Nunca mais se ouviu falar deles e do grito Himalaia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

In(comunicante)

O japonês chegara com sua família há tempos no Brasil. Falavam do seu jeito rude, da sua dificuldade em falar o português, da sua resistência do dizer e do sentir na língua estrangeira, como se quisesse esconder os motivos da animosidade com os outros, posto que ninguém saberia do que se tratavam os seus rompantes . Assim, ele ficou, praticamente, um oriental sem lugar, mas de casa posta em terras brasileiras. O dinheiro para o sustento da família era mínimo. As brigas com a esposa japonesa reverberavam por toda a rua e no coração dos filhos, que nasceram brasileiros. Em casa só se falava japonês. A mulher se foi, e a herança de discussões, agora com os filhos, continuava a render comentários imprecisos, uma vez que todos continuavam ausentes dos motivos. Um dia nem tão belo, nem tão feio, o viúvo japonês deu de olhar para uma loira da vizinhança; olhava pra ela de olhos miudinhos num apertar que a ela parecia muito sedutor. Estabeleceu relação amorosa com ela, somente para as coisas do corpo e do bolso, já que não se falavam por incompreensão da língua. Comprou-lhe mimos, pagou-lhe cirurgia para aumentar os seios e outras partes, divertiu-se com a possibilidade de deixá-la cada vez mais desejável a ele e a ela também, a qual não se furtava de manifestar sua ânsia de consumo. Ninguém sabe como se davam as negociações e sequer se havia algum mediador, enfim, como era o diálogo entre eles. Pouco tempo se passou e o japonês sofreu um acidente vascular cerebral. Hoje os filhos o colocam pra tomar sol e ar na porta de casa, e por definitivo ele não entende nada em português e esqueceu-se também do japonês. Sua língua agora 'descansa' e deixa vazar a saliva escorrida, que antes eram perdigotos rígidos, cifrados em japonês, ao alcance dos rostos e olhos retesados de espanto. A amante contraiu outro amante, homem mais jovem de poucas posses, mas continua a passar pela rua com os seios cada vez mais fartos e rebolado firme, enquanto o japonês escuta atordoado línguas em desacerto, ininteligíveis...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Angústia

Ela não tinha canto algum para se recostar, senão nela mesma; um canto desarmônico, de melodia ensurdecedora e muda. E tudo aquilo que gritava era fundo, surdo, enquanto seu corpo revelava de si para si uma inquietação desconcertante; e ela se postava perante a angústia, crente, penitente, e ninguém ousaria imaginar os turbilhões que percorriam sua carne e ossos. Nada mais poderia dizer de si, senão da dúvida e da certeza que vinham tempestuosas, em corredeiras e redemoinhos, em ventos por corredores estreitos, ecoando nas madrugadas frias. O dentro e o fora eram tangentes; beijos de enlace, reconhecimento; beijos em escapada, desejo e ansiedade. Não saberia dizer de que matéria vinha esse humor angustiado, se do querer amar a si, o outro, ou a si própria revelada no outro, o outro que a fazia existir, uma percepção, uma reflexão de ângulo perturbador e encantador. Tinha para si que esse angustiar era o querer descobrir, e que o sentir dessa descoberta como negação , a deixaria irrefletida no viver, sem marcas de outros, daquele outro, o qual ansiava reconhecer; sem o qual viveria, mas diminuta, próxima do sentimento de finitude. Era urgente essa calmaria, esse outro a acalentar, a interpelar sem receios e julgamentos no ouvir, esse outro reflexo dela mesma nas sensações e lapsos de conclusões de cada parte de seu corpo e de sua mente. Inferia que essa angústia era desejo de amar e de ser amada...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Outrora

Desde outrora, aqueles olhos continuavam anuviados, sem pupilas definidas, quase um nevoeiro. Desde outrora nunca o vira inteiro, mas só os olhos de tempestade à vista, e navegava neles em tormenta. Desde outrora não o vira e o vira sempre nos momentos mais inesperados, como no dia do corte de cabelo. Estava lá sentada em frente ao espelho, enquanto o cabeleireiro repuxava seus fios, com mãos bruscas, mas em pose de moça afetada, meio homem, meio mulher, delicado no acolher, severo no gesto; até que ele entrou e se sentou ao lado de alguém que folheava uma revista e não ousava olhar; ao lado de outro alguém que só esperava e o olhava sem receio algum, porque nada nele se poderia dizer, por desconhecer. Mas ela sentada ali meio distante nos arremates das madeixas, de lado, sem poder se virar, identificara-o pela alcunha anunciada e pelo soslaio dos olhos. Respirou fundo enquanto a hora de levantar da cadeira se aproximava. Levantou, pegou o cartão, discutiu sobre o acerto das sobrancelhas da próxima vez, olhou para o banco e só viu os anuviados; balbuciou um oi seguido de um nome bem soletrado; o nome, não a alcunha, que não tinha intimidade para isso, embora ele fosse tão íntimo em sua história. Rompeu porta afora e escada abaixo com coração meio disparado, inconcluso do sentimento. Depois descobriu que era susto do passado, dos olhos anuviados de outrora.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Partes

Disseram-lhe; não há amor sem dor
Que dor...
Incompreendeu-se da dor de amor, tola...
Porque o via repleto,
Continente que extravasa;
Esquecia-se do incompleto amor, todo amor...
Do todo amor, amor de partes,
Que só as temos; as partes,
Até as partes de nós...

Beirada

O sexo era um prenúncio; Era a pretensão de uma completude vaga, Pelo gozo de desfalecer e esquecer o instante, e viver o instante; Era talvez um presságio de não existir, para reconhecer a existência parca, sumida, que finita se refazia em novo prazer de reviver; O sexo era vida e morte, um espelhado no outro; a face brilhante ainda que fosca diante da escura máscara; e ao fundo um riacho, límpido de peixes a ir, em cardumes coloridos, na fuga da isca, na procura da isca; O sexo era vertigem rasa e funda nas peles sobrepostas em delírio convulso, profundo e epidérmico; Era mesentérico o sexo, no ventre repleto, anelar, solar e lunar; Era submarino, andarilho, era o suspense da próxima cena não vista, sentida torta no olhar do outro, de olhos fechados em sonho de êxtase e abertos nublados, visionários, solitários e ansiosos de compartir o sentir indizível, indivisível; O sexo era o outro lembrado e esquecido, a disputa entre reconhecer a presença e a não presença, o lugar distante e próximo, alçapão; O sexo era razão e natureza, sentir razão, pensar natureza, sobrepostos, em estado de fronteira, beirada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Prêmio Dardos





Recebi do autor do blogue "Curvas da Palavra", o prêmio Dardos.

Este selo foi uma criação do Junior Vilanova do blogue Contactos Imediatos e da Olga do blogue Pensamentos, Ideias e Sonhos, e segundo eles - trata-se de um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega, ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Agradeço a indicação de Ricardo Fabião, que me acolhe sempre com palavras de mente e coração cheias de sentimentos.

Há, no entanto, algumas regras a serem seguidas após o recebimento deste selo:
1 - exibir a imagem do selo em seu blogue;
2 - postar um link para o blogue que o escolheu;
3 - escolher outros quinze blogues a quem entregar o prêmio;
4 - avisar aos escolhidos.

Os escolhidos:

1 - "Damaria"
2 - "Sabe de uma coisa"
3 - "Specullum"
4 - "Marcas d’água"
5 - "Borboletas de Fevereiro"
6 - "Num Café Pequeno"
7 - "Suprasensorial"
8 - "Eu e mim mesma"
9 - "Rudaricci"
10 - "Sara-evil"
11 - "Da Cor da Felicidade"
12 - "Michelfm"
13 - "Freiregari"
14 - "Curto Circuito Literário"
15 - "Poros"