sábado, 6 de abril de 2013

Silêncio

Há momentos em que o silêncio grita. É, ele também tem sua face rebelde. De tanto dizerem-no tranquilo, de objetivos meditativos, ele se contradiz; dá espaço para o nada e o tudo. O nada o cala. O tudo o atormenta, inquieta; perfusão de pensamentos. É tanta gritaria que o silêncio se confunde por qual caminho ir; então envereda a esmo pra ver onde vai dar. Por vezes chega ao inesperado, lugar de ninguém, mas também de nós mesmos. O silêncio é face de nós mesmos, em nossa complexidade abafada pelos sons que nos guiam. O silêncio não tem sincronia, é reflexo fragmento de quem quer que seja. Ah, o silêncio; ele vai até além, e acreditam que é paralisia. Não, não; é movimento o silêncio. De tão solitário é imaginativo, óvulo. É, o silêncio espera a fecundidade do pensamento para gerar o som. E o som vem matar dia a dia o silêncio; profícuo silêncio.