Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
sábado, 6 de abril de 2013
Silêncio
Há momentos em que o silêncio grita. É, ele também tem sua face rebelde. De tanto dizerem-no tranquilo, de objetivos meditativos, ele se contradiz; dá espaço para o nada e o tudo. O nada o cala. O tudo o atormenta, inquieta; perfusão de pensamentos. É tanta gritaria que o silêncio se confunde por qual caminho ir; então envereda a esmo pra ver onde vai dar. Por vezes chega ao inesperado, lugar de ninguém, mas também de nós mesmos. O silêncio é face de nós mesmos, em nossa complexidade abafada pelos sons que nos guiam. O silêncio não tem sincronia, é reflexo fragmento de quem quer que seja. Ah, o silêncio; ele vai até além, e acreditam que é paralisia. Não, não; é movimento o silêncio. De tão solitário é imaginativo, óvulo. É, o silêncio espera a fecundidade do pensamento para gerar o som. E o som vem matar dia a dia o silêncio; profícuo silêncio.
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