segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Destinos provisórios

Há tempos ela questionava o porquê dos seus interesses tão variados, possivelmente divergentes. Tomava-a uma angústia irreprimível de passar por tantos lugares em tempos diminutos, como o da hora e o do dia. No ano então, perdia-se completamente sob o constrangimento da memória perdida, das palavras, dos nomes, das cores, dos sons e dos cheiros; tantos eram os caminhos de destinos provisórios. Sim, eram provisórios porque se metiam a entrar uns pelos outros em forma de fronteira eterna; da mesma forma que se encontravam e se identificavam, sumiam-se os destinos e se faziam pontos de largada, recomeços incessantes.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

um olhar daqueles dias

...a gente vai embora mesmo querendo ficar, escapa do olhar mesmo na ânsia de permanecer; tudo pode mudar na silueta do entardecer dos olhos que se olham na penumbra do cotidiano, no inusitado do encontro improvável; e ainda que nunca mais se veja, se viu, realmente se viu...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

....amar....

Amar é tão fácil; custa um cadinho de atenção na veia que salta por sobre a mão; Amar é tão fácil; custa só espremer olhos na intenção de fazer esferas de toda cor; Amar é tão fácil; novelo na pata do gato a escorrer escadarias até chegar lugar aconchego; cambalhotas no ar; Amar é tão fácil; de tão fácil cabe em cadinhos, em poucos cadinhos de intenção, cadinhos de atenção...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Fantasma

A vida tem infinitudes até para o finito. Tem presenças, fantasmas e ausências. Algumas ausências mortas, outras vivas. Às vezes a chuva de fora concorda com a chuva de dentro; severamente copiosa a sonhar com um abrandamento qualquer cheirando a terra molhada e da cor de planta; verde de esperar a chuva passar e vir o sol, a chuva cair tempestade e acalmar o céu.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Controle e palavra

O controle social se alicerça basicamente sobre duas condições: a existência das leis formais e informais. Além da norma contratual ou tácita, há o desejo que escapa às nomenclaturas. Mas o homem como ser de palavra, afasta-se do desejo irracional, prende - se aos nomes das coisas e vira coisa, categoria. Aí se encontra e se perde.