quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Anjo

A gente devia mesmo era viver de aparição,
Coisa que passa e que ficamos sem saber o que é exato;
Nem dá dor no coração,
Porque era pra ser só aparição mesmo;
Aparição, aparece e pronto, desaparece...
Sabe quando vem aquela imagem de supetão, e deixa a gente de peito disparado?
Isso é aparição, coisa trocada no mundo da gente, diferente...
De tão trocada nem parece gente, e coisa também não.
Termina sendo gente diferente,
Que depois vira ausente,
Feito nuvem empurrada pela brisa
Pelo vento,
De alvura tanta, que faz doer os olhos.
Pior é quando abre os olhos azuis e vem aquele encanto;
E quando fecha, parece que o céu fugiu.
Ficar sem céu não é nada fácil.
Voar pra onde se não é pro céu?
É, devia ser um anjo mesmo,
Fingindo de gente diferente,
Porque os cabelos desciam pelo pescoço do jeito de um raio de sol;
Sabe quando a gente pinta a parede de casa?
É pra fugir da escuridão.
E quando a gente cerra os olhos com muita força?
É pra ver o clarão, um tipo de aparição.

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