Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Espero...
‘Você espera alguma coisa de mim...’ ‘Como?’ ‘Você espera alguma coisa de mim...’ ‘Não, espero tudo...não espero alguma coisa; espero o tudo que cabe muito, que cabe qualquer coisa, até o nada, mas todos juntos na cadência indecifrável e necessária do humor e da circunstância que não anula em nada o bem querer. Espero suas certezas, suas incertezas, suas contradições...Espero um sorvete no banco da praça, chegadas ao luar e no sol a pino marcadas e não marcadas, presença de pensar, qualquer plano que não seja eterno e longíncuo, mas terno, simples e próximo, plano de ficar, plano de ir a qualquer lugar. Espero absolutamente tudo e tenho tudo pra dar-te também, mesmo meu vazio, minha dúvida...mesmo meu sentimento confuso por aprender...Espero tudo porque não compreendo nada que não seja tudo, que tudo é presença de qualquer forma cabível e incabível, tudo é conciliar, tudo é compartilhar, tudo é testemunhar...Não, não espero alguma coisa...que não há marcação específica no tudo que contém tudo...porque tudo é inesperar cada dia...porque tudo é ousar completude em face das partes...porque tudo é amar...
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2 comentários:
... e tem tudo, esta declaração de amor.
(à parte, parabéns pelo novo visual do Entrelugares, Keila)
Vou na mesma toada do Paulo...
Também gostei do novo layout, tranquilo e suave.
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