segunda-feira, 15 de março de 2010

Sim meio não; não meio sim

Às vezes não temos a resposta, mas simplesmente o sentimento da resposta que ora beira o sim, ora o não. É que respostas só vêm com experimentação, pelo menos as pretensamente verdadeiras. Se o não resvala com um complemento qualquer de justificativa que soa incompleto é porque o sim não se fez sentido, não o sim plenamente justificável pelo sabor da experiência. E esse próprio não possui gradações, intensidades, por vezes, irreconhecíveis pelo outro. E esse outro nos coloca diante da dúvida de nós mesmos; então nos afetamos pelo sim ou pelo não quase absolutos na vã tentativa de esconder essa mesma dúvida, esse sim meio não, esse não meio sim. Porque é o argumento que tem força, mas esse só se faz no fruir daquela mesma pergunta, que ainda assim jamais será exatamente a mesma porque de tempos diferentes, de outros outros... “ Concede-me o prazer dessa dança?” já traz em si o julgamento da dança e o feitiço para a resposta esperada, enquanto “Concede-me essa dança?” tem a palavra julgar meio ausente e suscita a dúvida e pode até trazer curiosidade, mas também o receio. E o porque não? Ah...esse é terrível às vezes, porque a gente só descobre com a reflexão que vem depois, e a resposta deveria ser imediata. E seremos julgados por isso, por frustar expectativas, por não gozar de todas as respostas que hoje se fazem tão prementes, nesse mundo de instantâneos. O sim e o não são construtos, são escolhas da experimentação, são cambiantes, porque basta uma palavra, um tom, um complemento para que se revertam, e não há irremediáveis sins, irremediáveis nãos, mas pequenos detalhes que moldam nossas respostas diante do outros, percepções e ‘impercepções’, conhecidos e desconhecidos momentos de experiência e não experiência que só o tempo é capaz de revelar...

Um comentário:

Maria disse...

você

é

__________!

:)