Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Aprendiz de voar
Hoje amanheci com mamãe a socorrer uma rolinha aprendiz. Chegou com a toda redondinha de penas, aparentemente calma, mas querendo voar. Mamãe pensou; ‘caiu do ninho’...'corre perigo com tanto gatuno por aqui’...Mamãe abriu a porta numa fala mansa , cheia de carinhos com a bolinha de pena, em mãos acolhedoras, mãos de mãe, preocupada com os gritos da rolinha mãe. A passarinha tinha biquinho saliente e cor de penumbra...e só queria voar...Abriu as asas e deu um rasante e foi parar no chão, bem debaixo da minha cama. Mamãe a resgatou e a colocou sobre o muro, na dúvida de que sobreviveria...Até que chegou a mãe rolinha, e num lance de vôo pro alto motivou a decolagem de bolinha filha..Bolinha acertou o passo, acertou o vôo, e mamãe ficou orgulhosa lá embaixo ao vê-las, mãe e filha no mesmo lance de laje a contemplar quem sabe outro lance mais alto, até o rasante virar vôo alto de vez...
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4 comentários:
Tão bom colo de mãe... Sabia que eu ia encontrar algum conforto aqui. Hoje eu estou precisando deste colo. Obrigada pelo texto, caiu na medida certa. Beijo.
É tão bonitinho quando aprendem, né?
É preciso ter os olhos na inocência e a alma de passarinho para enxergar assim mãe e o carinho. Lindo!
Querida, infelizmente, precisei fechar o blog e não sei até quando. Peça autorização para entrar, pois não encontrei um email para cadastrá-la.
Beijo!
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