segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Roedor

Se o passado te tem
Não te desdenhes
Que o futuro lá se forjou

Se uma lembrança afeta
É porque não é discreta
E por ela teus olhos se injetam
E o coração também

Se o presente é solene
Porque dita o que virá
Não te iludas
Que o presente é caco
É um naco qualquer
Que escapa de tal modo insolente
Que vira passado
Que vira futuro

O presente não se tem
Senão o ausente de presente
A correr feito lebre
E agora o que fazer?
Se nem podes pegá-la
Roedora do tempo
Roedor presente
Roedor de presente...

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