Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
sábado, 3 de maio de 2014
A forma que damos
Te amo a despeito de tudo que passamos
De tudo que não passamos também
Porque sempre desfilarão por nossos olhos
Instantes de viver atentos e desatentos
Te amo a despeito das inconstâncias do seu ser
E do meu ser também
E os momentos; os terei fielmente guardados
Nessa mente que não se cala
Nesse silêncio que sente
Nas irreverentes cenas de amar
E desejar nossas solidões compartilhadas
Eu aqui, você ali
Nós aqui ali fazendo sons incompreensíveis a nós mesmos
Palavras cheias de vãos
E a despeito dessas frestas, falhas, te amo
Porque não há previsões consolidadas de fato
Porque o amor muda e permanece no formato que lhe damos
E a despeito de suas nuances, há sempre uma espécie de reamar
Um reclame, um costume de reivindicar amar e ser amado
E a despeito das acusações de por que amar
É o não porque que se mantém
Inconformes em amar e reamar por motivos que se desfazem e refazem
Te amo a despeito, com pesares recalcados, com alegrias iminentes,
Só pra ver o seu lábio ligeiramente rasgado a querer sorrir,
Seus olhos a brilhar na busca do de dentro dos meus...
E a despeito da boca apertada, dos olhos foscos e tristes, te amo
Te amo no inesperado, porque deixou de haver precisão, necessidades
O que espera se apaga lentamente...
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2 comentários:
Que lindo, Keila!
Adoro vir aqui pra relaxar a mente...
Sua escrita gesticula com o silêncio da alma.
Muito, muito bonito, Keila.
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