Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Arte na velhice
Por certo a infância tinha lá sua graça, as brincadeiras de fazer arte sem saber arte. Mas na velhice com arte, os cabelos brancos, as cartilagens desgastadas, os dentes postiços, são mais infância ainda em fazer arte, uma demência inovadora por consequência do tempo inconsequente, absolutamente abstrato em dissonância com o aspecto físico em deterioração, ressonância de ainda estar vivo pela arte. Há um vício qualquer neste caso da velhice com arte, uma forma de desmerecer a morte; quase um lugar de estar sempre a brincar pela arte. Velho que faz arte se faz criança com arte.
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