Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Gonçalo Tavares
Acho tão límpido o que diz Gonçalo Tavares; 'as pessoas que nos morrem'. É como se viesse uma claridade sobre o tempo em lugar de pura percepção. A morte, então, não é uma estatística ou uma evidência substantiva, embora por vezes a queiramos assim. A morte tem natureza verbal; só é porque está em nós; as nossas pequenas e sucessivas mortes, e os nossos afetos e pessoas que nos morrem. E se nos morrem; deixam - nos a ideia irreprimível da oquidão, porque já não estamos os mesmos; morrem - nos cadentes, facho de luz até escuridão; desenlaces de memórias, pouco a pouco reprimidas no fluxo que segue tão adiante.
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