quarta-feira, 14 de maio de 2008

"Brucutu"

Brucutu. Vocábulo cheio de “us”, fortes “us”, naturalmente agudos. A palavra veio numa sugestão de vídeo, num e-mail encaminhado por um amigo. O termo contempla várias acepções, desde o midiático global "Brucutu Garanhão" de uma novela das sete, até o carro Blindado da Ditadura Militar, o "Brucutu Camburão". E para maior surpresa, é nome também de música do cantor Roberto Carlos, uma referência ao “Brucutu das Cavernas”: “Olha o Brucutu, Bru-cu-tu! Nas histórias em quadrinhos, Das revistas, dos jornais...- Olha o Brucutu, Bru-cu-tu!” Poderíamos aventar um “Brutus Brucutu”, adversário do espinafrado herói Popeye dos animados televisivos. Contudo, o mote do vídeo não era nenhum desses “Brucutus”, mas a validade da fé de alguns frente à vaidade de outros. A grande personagem é mesmo a “Mina de Brucutu”, proeminente preposto minerador, que decidiu inundar de rejeitos o Vale da Serra do Tamanduá, localizado no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais. Tamanha é a capacidade de espoliação da mina, tamanha sua produção de restos insustentáveis, tamanha sua grandiosidade frente à população espoliada na paisagem, no ar, na história inscrita na rocha e marcada no solo, na lembrança e nos ritos que ali têm lugar; não poderia deixar de ser a personagem, tal qual, um dia, Émile Zola retratou tão bem em "Germinal". O célebre livro "As Veias Abertas da América Latina", do historiador Eduardo Galeano, continua inacabado, tão poderosas são as minas, a esfacelar nossas terras, nossos eus.

O vídeo:

http://br.youtube.com/watch?v=tU0HH7fW2zk

Um comentário:

Anônimo disse...

Os brutus e os tus, os abruptos e "us" feitos em crateras. Defeitos. Quando o homem não espera e desespera sua ansiedade sobre as coisas. Tudo há de ser feito agora...Obrigado por sua militância a favor do bem.