Na fila da Caixa,
Na fila do caixa,
No caixa prioritário,
Não tem Zé menino;
Zé menino nem se lembra,
Virou Zé de outro tempo,
Não da mocidade, meninice,
Mas do futuro esquecido;
Não vai mais à Caixa,
Não chega ao caixa,
Não tem mais soldo;
Na fila da Caixa,
Na fila do caixa,
Tem o amigo do Zé menino,
Aposentado, sentado;
E o amigo de pé,
Na falta do assento prioritário;
E a figura do leão da receita,
No pôster da parede ao lado;
Leão sentado, glamuroso;
E Zés de pé,
Na fila prioritária;
Insuficiente;
Na senha nome de milhar,
1024, 1025, 26, 28...
Na confusão do nome dito em alta voz,
Do Zé e do Antônio;
No corpo amarrado,
De engrenagens já gastas,
De líquidos escassos;
Mas de pé os Zés, as Marias de sorrisos cacoetes,
Se preciso for,
Até virar Zé menino de outro tempo;
Esquecido,
Não vai mais à Caixa,
Deu adeus à fila prioritária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário