Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Tempo pedido II: Eri
Pra gente se salvar e mergulhar no tempo perdido é preciso alguém que nos faça recordar do texto que há em tudo, das histórias e dos pareceres que há em nós mesmos. É preciso divagar sobre o importante e o aparentemente banal, e sorrir repetidas vezes das mesmas coisas, pois nada há de novo, embora o novo esbarre na gente discreto, sorrateiro. Erivelton já chegou fazendo festa e adiando o destino perdido, porque se perdia no tempo e nas sensações, encontrava o tempo. Foi ‘auxiliar’ de guia de viagem, instrutor ambiental, recreador e consultor para assuntos diversos. Uma das mais engraçadas consultorias versou sobre o modo feminino da conquista, interpelação curiosa da Sílvia; ‘Afinal de contas, como abordar um homem no qual estamos interessados?” E aí Eri foi construindo o tal ‘guia prático’; “pergunte pra ele: você está disponível?!" Isso com a voz arrastada, malandra e risonha...E em seguida; "diga a ele: eu estou completamente liberada para você.” E a finalização em todos os fins de frase; “Pá”, como se quisesse marcar o ponto, sinalizar a simplicidade...E simples foram suas incursões de conquista um tanto atrapalhadas nos bares milho verdenses, porque absolutamente espontâneas. É que Eri não é tão atento aos riscos, mas sabe fazer a conquista dos sorrisos, sem pudores. As pessoas se colocavam totalmente disponíveis e liberadas para o riso, sem que perguntas fossem feitas e negadas, porque um verdadeiro manual de conquista talvez seja mesmo o desprendimento do Eri, um se soltar das posturas fixas.
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Um comentário:
Eri é mais uma prova que a simplicidade conquista e abre portas. Atrapalhado ou não tenho certeza que todos daquela viagem se lembrarão por muito tempo dele. Figuraça, de olhar malicioso, que se revelou dia a dia em meio a suas piadas um ser de muita sabedoria.O típico quem vê cara não vê coração. Muito bom ter se lembrado de falar sobre ele
Silvia Ancelmo
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