quinta-feira, 22 de abril de 2010

Abraço

Ela jurava que a culpa do amor era o abraço. E aquele enorme e pequenino cruzar de braços, tão apertado, era quase uma redenção por qualquer deslize, por qualquer afeto que faltara. Porque tudo se ampliava e se reduzia na união silenciosa e barulhenta dos corpos a ofegar, no estalar pequenino dos ossos, no contrair absurdo e incontido daqueles músculos em mistura, como se só assim o coração pudesse ficar mais perto e bater em compasso de harmonia, em compasso só descompasso de emoção que transborda e não se diz. Tudo valeria pelo abraço e a falta daqueles braços e o desperdiçar daquele enlace pelo ensimesmar, em certa vez, era tristeza sem medida. Porque a medida maior do amor era o abraço, um laço de dança, êxtase; e angústia pelo desatar dos braços, dos delicados braços, fortes no abraço.

3 comentários:

Renato Pittas disse...

Two herts beats like one!

Puxa@ impressionaname seu sensivel é ter!
Grato por suas letras, felicidade é redizer tua fonetika, um abraço para curar de ver as culpas que não quero admiter....grato!

icendul disse...

obrigada pela visita, keila:) como deste ter com o poros? vou passando com mais calma por cá. que o teu abraço com a escrita se prolongue;)

Nina Blue disse...

Lindo e sensível...
Tua escrita exala saudade. A saudade que nem sempre sabemos explicar, só sentir. Fiquei muda, porque sempre procurei palavras para expressar tal sentimento.
Aliás, tua palavra, nossa emoção, lindo, lindo!