Para Walter Benjamin, “Aura” é tudo aquilo que por mais próximo que esteja permanece distante. É uma espécie de atmosfera que paira em torno de um objeto. Enfim, algo que se percebe, mas não se toca. Diz respeito ao intangível, intocável, sagrado, mágico. Esse conceito está ligado à obra de arte, à sua concepção como tal e como figurava em tempos passados.
Vive-se hoje em meio a um turbilhão de imagens, as quais os olhos humanos sequer conseguem codificar, quem dirá refletir, sentir, apreender. Será o triunfo ou o fracasso dos tempos modernos? Tal qual como a arte, nós, seres desse mundo, somos revestidos por uma “aura”. Os avanços da tecnologia permitiram fotografar a “aura” e definir um tipo de mapa energético que reflete o estado psíquico, e por que não dizer o espírito de uma pessoa. Ora, segundo o sentido dicionarizado, espírito pode ser humor, graça, imaginação, o que foge ao material.
Sendo a expressão da genialidade, da criação, o objeto de arte é parte da natureza humana, portanto, confunde-se com o ambiente coletivo, com a vivência e a cultura do indivíduo. Talvez fosse mais fácil entender a arte por meio da complexidade do homem. Da mesma forma que a arte, o homem é sacralizado, vira uma espécie de semi-deus, metade matéria, metade alma.
Quando a alma se perde, dando lugar ao predomínio do racional, perde-se a dimensão da percepção, os sentimentos tornam-se fracos, banais. Fazer uma ode à “aura” seria um passo para a humanização. Perceber o outro como original é cobri-lo de energia, aura. É o espaço da concessão e do respeito, como outrora eram vistas as pinturas e as esculturas.
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