Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Visgo
Que coisa mais estranha uma palavra sem definição, a palavra certa incerta. Quando nos deparamos com a frase: essa palavra não tem definição; e inscrito o aspecto morfológico; substantivo masculino singular. Como não tem definição? Que autoridade seria capaz de punir o seu uso, se ela cabe tão bem, com perfeição? Vem de novo a frase repicando na mente: mas esta palavra não tem definição...Parece um visgo da língua. O que significa Visgo? Visgo ora...claramente grudado, inevitável, indelével, visguento...quase um substantivo adjetivo. Que seja a planta Visgo, sem problemas. Mas é mais que Visgo planta...é visgo que acompanha, entranha, é o que a palavra induz, o que seduz a emoção razão. O que prefere? Dizer a esperança é um visgo? A esperança é um inevitável? Esperança visgo tem alma, esperança inevitável tem o quê? É só inevitável. Visgo é um inevitável sem senões. Visgo gruda na esperança de tal maneira que formam um duplo inseparável. Os dicionários talvez se contentem com o Visgo planta. Eu reivindico a esperança Visgo.
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Um comentário:
mas fica um visgo de voltar sempre a ler e reler o blog
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