Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Cheia de senões
Que visão quer ter de mim? Que imagem reivindica? Que ângulo o aguça se qualquer um pode provocar encanto e desencanto? Por que insiste em vários quadros imperfeitos, se a perfeição imperfeita está em qualquer um deles? Por que insiste no engano, no pano epidérmico de luz e sombras, que não vê em profundidade? Nos pêlos superficiais que recobrem poros e raízes distantes? No registro fotográfico repleto, mas sempre vazio, um instantâneo obtuso? Por que se ilude com a quantidade de poses fragmentadas, com a ilusão da completude inatingível? Por que insiste se o que vê sempre será engano, perspectivas misturadas, entrecortadas? Se quer um pictórico acertivo encontrará dúvidas. Se quer um negativo se surpreenderá com afirmações incontidas, retratos atemporais. A imagem se dilui, se condensa, entorpece; é um fetiche da realidade, tão irreal e envolvente, tão cruel e aterrador; um tão cheio de senões.
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Um comentário:
Ei Lindona, sempre dou uma espiadinha ... beijos
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