Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Inexplicáveis
Morreremos na ânsia da explicação dos inexplicáveis. Tentaremos em vão conceituar, interpretar, colocar nomes no que é apenas vacuidade. Talvez seja essa a angústia maior do ser humano; explicar. Explicações soam confortáveis para a alma; e a mente, é claro, felicita-se com conclusões ainda que absurdas ou simplórias demais. Hoje eu vi um ipê de flores amarelas; só havia flores, pois que as folhas estavam esquecidas nesse tempo invernal. As nossas explicações são como esse ipê no qual se vê somente as flores amarelas. A gente se esquece das folhas de antes, a gente não conjuga as estações. Somos e sempre seremos seres sazonais, afetados unicamente por nós mesmos, por nossos invernos, primaveras e verões. E são tão profundos estes estados, que qualquer refutar se torna inválido. Concluímos é de coração e mente insana; somos amarelo sol, tanto que dói olhar, dói pensar a gente mesmo.
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