quinta-feira, 7 de maio de 2015

Luso Ricardo

Entre esquinas, viradas e reviradas, perderam-se na cidade de nome Porto. Subiram e desceram ruas margeadas por sobrados e igrejas escurecidas em jeito típico de forasteiros, até que apareceu outro de nome Ricardo. Português de olhos azuis, e traços bem harmonizados com esses outros, mas cambaleante e um tanto decepcionado, choroso. Fez de tudo para guiá-los no mapa do caminho que desconhecia. No fundo queria dizer do ‘bolo’ que levara da provável amada que não chegara. No grupo seguiam moças namoradeiras, mas que absolutamente não iluminaram seus azuis. Seu céu tinha nuvens melancólicas de um marcado sem resposta. Uma das estrangeiras esteve ali ao seu lado a escutar seus lamentos, enquanto todo grupo se perdia nas linhas de mapa perdido. Ricardo não era mal intencionado; pelo contrário, era educado e bem apessoado. Foi-se num lamento, deixando a nítida impressão que o caminho era da descoberta. Enganaram-se os estrangeiros, que no fundo se divertiam em ruas desconhecidas ao cair noite. Ricardo delicadamente queria fazer apenas lamento poético luso, e assim fingiu conhecer destino de forasteiros no mapa e nos sentidos entoados em desacerto.

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