Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Intensidades
Não havia líquido vermelho que amenizasse sua tendência a intensidades; vinho indiferente. O médico havia dito nos idos primeiros que não era dor de crescimento aquela dos tornozelos, mas dor de abandono. Então eram intensidades. Ora, e tudo que se sente em demasia, estiramentos e contrações absurdas, não são intensidades?! Sofria intensidades pelos quintais que sobraram vazios de brincadeiras, de saudades dos olhos anuviados de um amor taquicárdico que não se soube, das crenças em ilusões disfarçadas de verdade, das incoerências falhas...sofria de intensidades...
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