Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quinta-feira, 18 de maio de 2017
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Há que se resistir aos pavores da distância para se encantar com os prazeres da proximidade; há que se resistir e submergir em rio negro e fundo para reaparecer em nudez; há que se dizer infinidades de silêncios e fazer zumbido de ventania em ouvidos surdos de linguagem desdita para acalentar a palavra amor; há talvez que amar para fazer dança de pálpebras em olhos de brilho sol, de onda mar; amar e ir e voltar constante na repetição ressabiada, loucura de repetir em potência sem fim de descoberta; vai e vem de ave no ar e o pouso sonho esquecido e lembrado; há que se misturar esses mistérios revividos a exaustão; há que se desejar amar como sem saber e saber sem sentidos lógicos; há apenas que sentir, deixar anuviar e clarear, clarear e anuviar as íris retintas; quadros de paisagem aconchego, colo lar, amar nunca caberá; há que se mergulhar para amar.
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Lindo
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