quinta-feira, 18 de maio de 2017

Pessoas e coisas

A pensar sobre pessoas e coisas; esses dois entes distantes e tão próximos porque intercambiáveis. Pois que é tão comum coisificar pessoas e personificar objetos. Ora veja, o objeto que tem história; até mesmo um carro, símbolo mais alto da indústria do consumo pode carregar em si a lembrança de viagens ou mesmo a ternura das paisagens. E das pessoas que as contemplaram.Pode guardar ainda a repetição do cotidiano, essa realidade que nos consome, e que nos constrói de certa forma. Há ainda aqueles objetos parcos de histórias, mas que vieram de uma mão amiga, ou que guardam apenas uma história, uma lembrança eterna na memória; um livro de história ou um pequeno objeto de afeto. Agora o tudo coisificado, usado e desfixado da memória é de uma brutalidade sem medida.É condenar o ser humano e o objeto carente de história à morte de não ser. É a própria incapacidade do homem de se auto gerar e se fixar como matéria de poesia, a única fonte próxima do sentido mais encantador e desafiador da vida. É nos guardados de memória, é nos pequenos museus de cada um; mesmo com suas traças e poeiras, que está o homem ser e seus objetos personificados.

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