Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Revisto
Há lugares que revisitamos e nos tomamos subitamente de desagrado, de sensação repetida, enquanto outros parecem sempre novos, ou velhos o suficiente para nos dar sensação de aconchego. Há lugares falados, repetidos ao extremo e ainda assim novos. Aquela rua desaguando na montanha, aqueles largos apinhados de carteados de chapéu e cãs, a lanchonete da esquina com seus notívagos sonolentos, o museu parque de águias de asas abertas no embalo de mais uma caçada e o sobrevôo do avião gigante; a família canina de jogos e brincadeiras à beira mar, o patinho mergulhão, as elegantes gaivotas e os urubus, de negritude rara. Uns chamam Catete, outros Aterro do Flamengo, uma linha divisória tênue no entre, de histórias Machadianas, de habitat nobre e até ditatorial, mas hoje, delicado, esquecido e lembrado. Um lugar no Rio de Janeiro para ficar, passar sem medo, revisitar.
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