terça-feira, 30 de junho de 2009

?Idéia?

Mudo de idéia toda hora. Mudo de idéia, não aquela súbita, de pronto, perfeitamente utilizável para o momento. Mudo de idéia que cozinha, que ganha e perde arestas, que engurgita e vomita partes de dúvida, partes de medo. Mudo de idéia não porque sou mutante, estreante de uma cena mágica, inovadora. Mudo porque tem um vento presságio que sopra sobre mim, um anúncio sôfrego qualquer, uma outra idéia. A mutante idéia que me atinge é a soma de incongruentes idéias que tomam aquela primeira, assaltam aquele inocente pensar e agir espontâneo. Mudo e desmudo também, retomo aquela idéia já corrompida, gasta e invadida. Num lapso de momento chego a esquecer da idéia, aquela primeira. Mas jamais esqueço, no fundo jamais esqueço...Porque num dado instante era uma idéia de asas fortes e transparentes, e mesmo depois quando vira mariposa fincada na parede, ou a esvoaçar como num filme de terror, ela reivindica um agir qualquer, mesmo distorcido, assustado. Mudo de idéia, assusto a idéia, acalento a idéia e chego a ficar sem idéia; e a idéia mais óbvia me toma, a partícula mais presente, mais reluzente; a procura da
?idéia?...

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