Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Coisa difícil
Oh coisa difícil essa menina gente! Te juro Juninho, já fiz de tudo. Já olhei com olho de quem diz oi e outras coisas mais. Já esbocei até na boca um cumprimento que não saiu. Já balbuciei ei vizinha! A danada olhou e não olhou; respondeu nadinha, e eu fiquei com aquela decepção. E a cara de quem deu manota nos dias que se seguiram? Oh gente! Dá pra entender não...somos vizinhos...chamo todo mundo de perto assim; oi vizinho, oi vizinha... Outro dia desses tomei foi coragem mesmo...Tinha festinha lá em casa. Pensei; vou lá e convido; pronto, acabo logo com isso. Tomei umas, até que poucas, mas deu uma coragem...Ela mora quase em frente. Saí de manso, atravessei a rua, bati a campainha uma, duas, três, quatro vezes...Já passavam das dez, era sábado, a luz tava acesa. A menina não veio, veio foi a mãe. Tive que convidar a mãe mesmo e quem sabe mais 'alguém' que estivesse por lá... Bacana a mãe dela; bateu ‘lero’ comigo, falou dos problemas de casa, dos vazamentos persistentes na rede hidráulica, no cansaço. Resultado; não iria, ficava pra próxima. E a menina nada, deu nem sinal de vida, a mãe disse que já tava dormindo. Oh dificuldade...Da próxima cumprimento de novo...Já falei com a mãe dela né? Agora acho que ela responde...será? Aí nem vou precisar ficar olhando de viés, atrasando a entrada no portão pra olhar e muito menos ficar virando pra trás. Cumprimento e pronto. Ela responde, converso e quebro o ‘encimesmamento’ dela; oh se quebro... e acabo com minha cisma...será Juninho?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário