sexta-feira, 24 de abril de 2009

A suprema cronicidade cênica

E a corte suprema, o Supremo Tribunal Federal, a residência dos soberanos homens de capa preta se reuniu em sessão solene na última quarta-feira, dia 22, logo após as comemorações do Dia de Tiradentes. Mas os ânimos latentes resolveram se manifestar de forma veemente, sem nenhum galanteio ou cordialidade, senão um tanto de desafetos estourados repletos de humores de acusação fundadas em informações há muito, desde sempre varridas ou simplesmente cindidas, vagas o suficiente para garantir os ritos ordinários e até extraordinários sob as vestes da justiça.

Assim seguem os supremos tribunais e quaisquer instituições de deliberação coletiva, que antes de qualquer outro interesse, deveriam atentar para o interesse público. Até que alguém resolve se insurgir de modo ‘descortês’ e põe em leilão uma história mal contata para ser bem contada. E a mídia atenta cada vez mais ao teor espetacular, às cenas de imagens escandalosas e sorrisos irônicos, na busca de uma audiência estarrecida, em dúvida sobre o exato gênero encenado, ou quem sabe a certeza sobre o perfeito entrelugar tragicômico.

Enquanto isso, o olhar curioso, crítico, investigativo, democrático às partes envolvidas, rende-se à exibição fragmentada, no estilo cada vez mais mercadológico. E as notícias na TV se seguem na ordem ‘suítes’, se possível também na cadência cênica cheia de atrativos, em uma cronicidade sem causas aparentes, de etiologia vaga, recuperando fatos de interesses duvidosos.

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