Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Vira pulo
Quem disse que gato não tem medo de altura? Quem disse nunca se deparou com um felino autêntico. Felino mesmo é aquele que sobe cada vez mais, sem saber como vai descer. Aí é uma choradeira, uma 'miação' dos diabos e aquela pata indecisa. Tem que pegar cadeira, escada, fazer gracinha com voz fina e mansa pra ver se desce. E não desce mesmo; só vê a altura quando está no alto, de baixo acha que é brincadeira. Felino é assim; não pensa pra subir, então sobe feito virasse pulo, e quando assusta está lá no barranco perigoso, com a visão do nada lá em baixo, do nada que é seguro. Por isso chora, mas não resiste; ah... não resiste a agonia encantadora da subida, vira pulo o danado. Foi assim com a gatinha grafite. Acompanhou a mãe no muro, viu árvore de galho bambo, subiu. Ficou o dia todo de castigo, miou...Em vez de descer, subiu mais...Veio o resgate. Agora se acomodou no muro, mas o trauma passa e ela vira pulo de novo.
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