Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Pontos de mutação
Compreendia lentamente que as pessoas andavam em busca de outras que fossem repletas, em busca de uma ilusão em identidade forjada, fixa, quase inerte. Esqueciam-se dos inúmeros pontos de mutação, que colocavam qualquer que seja em um vazio profundo, em um não lugar permanente. O resto eram só disfarces, personagens para alguém ver; para construírem seus contos de fada, seus contos de fatos, registros memoráveis para contar. Enquanto isso, o presente se esvaía na perda do vazio mais profundo e prolífico, onde cabiam tantos gestos e palavras dispersas, espontâneas, capazes de gerar o verdadeiro afeto, afeto livre.
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