Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
De través
A gente é de través, tanto que cansa dentro da gente. Eu mesmo nem sei se indo ou se parando fico e penso e desvou desse ir que nem tinha ido. Esse negócio de ter certeza, ter mente firme, atinada...tem gente que teima com isso. De vez em quando me olham de través, na dúvida, parece que sabem; ali tudo dentro é incerto. A gente segue, tem volta no tempo não, segue de través mesmo. Tem um amigo meu, Justino, que se duvida comigo, de tanto falar e pensar e duvidar. Talvez fosse melhor nem pensar. Mas pensamento é grudado na gente, mesmo curto. Tem jeito de esvaziar não...só do outro lado! Quem sabe...?! Isso é que cansa dentro da gente; esse cheio indeciso, esse caminho que sobe e desce. Pior é quando de tão cheio parece tudo vazio. Eh través dentro da gente que não se cansa...
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3 comentários:
Nossa Keilota, muito bom. Mesmo!!! Apesar da carga existencial, ficou tão levinho, gostoso de ler. Parabéns!
Bjim,
Leo
ai, Keila, que delícia!! Eu adoro tudo que vc escreve, mas esse... sem palavras.
Beijos!!
Lembrei muito do nosso mestre sempre querido: João Guimarães Rosa. Lindo demais!
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