sexta-feira, 13 de março de 2009

Por que o nome?

Por que o nome?
Se nenhum está mesmo inscrito na lápide da alma?
Por que o nome?
Se são tantos e, por vezes, irreconhecíveis?
Porque o nome?
Se a identidade é senão um substrato a serviço das normatizações,
das identificações rasas?
Por que o nome?
Se tão frágil,
desfaz-se na multidão de repetições,
das palavras sempre ditas, ouvidas,
Por que o nome?
Se o personagem se encontra e se dispersa num emaranhado de sentimento,
no volátil do existir?
Porque o nome?
Se as alcunhas,
forjadas na surpresa e no carinho,
podem ser muito mais apropriadas,
embora engraçadas,
ilícitas
ou constrangedoras?
Por que o nome certificado, doutrinado?
Por que não os nomes?
Prontos para as transmutações dos corpos, dos gestos e do que os anima?

Um comentário:

Flávia disse...

às vezes acho que o nome a gente deveria sei lá, sentir. Olhar pra alguém e sentir o nome dele. Verbalizar é um jeito fácil de deturpar a essência das coisas - e das pessoas.

Beijos!