Desde sempre ouvi falar que uma ilha era uma porção de terra cercada de água por todos os lados. O que eu não sabia era que as ilhas possuíam pés móveis por onde as alcançávamos mesmo pequeninos e distantes, a cada onda e balanço, sobre cascos duros arredondados; barcos com vela, barcos sem vela...acolhedores úteros do mar a esmo na sensação, mas bussolares no ritmo indescritível do nosso corpo a se acomodar e incomodar em direção a uma espera solitária, indivisa no meio do sem fim. Assim foi o meu sentir da ilha, e esta que fui era grande e apinhada de gente encantadora, que marcou encontro sem se saber e se soube tão de repente. Desde o início desejei estar lá, mas só tive certeza depois que avistei o monte de água depois do cais e aqueles barquinhos e barcões indo e vindo.
Primeiro éramos duas, na dúvida do embarque e, finalmente, na certeza da chegada. Mas e a Ilha? Será que ela nos esperava? Depois éramos nove, e por aí, nos dias que se seguiram, não cessou a multiplicação. Dos pedaços de mar brotavam barcos e escorriam pessoas de todos os lugares para dentro e fora da ilha; esbarravam nos cais e mergulhavam por entre trilhas só para avistar um pedaço de mar sonhado. Deu para entender porque todo mundo diz ‘todo mundo é uma ilha’, uma espécie de ser solitário cercado, inevitavelmente visitado. Uma infinidade de ilhas dentro da grande ilha; assim fomos nós nesse encontro, ensimesmados, observadores, dominados e conquistadores, todos querendo afastar a solidão da ilha, fazendo arquipélagos.
Um comentário:
Ai amiga...fico feliz por ter finalmente aberto uma porta de sua bela alma para todos!!! Pois eu, mas que ninguém sei...que os seus textos são feitos de puro sentimento. A técnica é mera acompanhante...o que há é dom...é inquietação de vida. Afinal...são tantas discussões...seja em msn, mesa de bar...qualquer encontro...sempre analisando, tentando entender a alma e a essência de tantos que já convivemos.
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