sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cabeçudo

Escureceu de novo, e em casa de pau-a-pique é mais negra ainda a noite. E aqui nestas bandas dorme-se cedo, com o despedir do sol, e nem sempre tem lua. Que jeito! Deito-me na rede larga no lado da de Maria, minha irmã, companheira de tantas noites. Acho que o cabeçudo gigante vem é por causa das redes; gosta de brincar com elas. Noite passada ele me balançou tão alto; pensei que ia voar e me estabacar no chão. Maria choramingou baixinho: por que ele voltou de novo pra nos incomodar? De manhã a gente contava o que se passara. Esperávamos que alguém viesse velar nosso sono. Diziam que era sonho. Mas como podia haver sonho assim com testemunha? Acabou de escurecer de novo. Que jeito...

Nenhum comentário: