Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
No 'pequeno' teatro
Para minha surpresa o teatro era pequenino, cadeiras em meio círculo abraçando o palco. Cenário simples de janelas dependuradas, um piano solitário e um lugar pro Santo. As faces tão próximas, os risos e olhares ali ao alcance dos olhos; os tombos, afagos e deleites sentidos à meia luz. Figurino cadeirudo enlaçado de babados, exagero de revelações veladas. O Avarento estava lá bem na Rua da Bahia, no Teatro da Praça. Texto comedioso, de palavras de outros séculos com palavras dos mais próximos, barroco e moderno, bem adaptado do Molière. Fui ver Marcela encenar, e vi outros também. Música, dança, falas; como deveria ser a vida, sempre de trilha sonora alternada com silêncio e movimentos expressivos do corpo; sem a monótona repetição, ou mesmo os intervalos tediosos sem festa. Muito bom rever Marcela e conhecer O Avarento daquela forma, e quem sabe encenar uma peça todo dia.
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