Histórias sempre estão na fronteira; por mais que tentemos acomodá-las elas esbarram no real vivido, ouvido, lembrado; elas esbarram no imaginado, sonhado, criado...por isso evocamos os entrelugares, onde cabem o contraditório, o surpreendente e até o esperado...todos eles permissíveis à intromissão do eu e também à sua ausência, mesmo disfarçada.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Festa
Talvez de toda narrativa, a mais difícil seja a Crônica de Festa. É uma história fadada ao descompromisso, tem um vazio repleto, refém do sentir. O lugar costuma ser um só. As pessoas, porém, surpreendem. Chegam, às vezes, comedidas, como se estivessem atrás do palco; meditam o papel, que antes de ser um papel ensaiado, é vivido e repetido. Crônica de Festa boa é aquela de gente que já se conhece, sem espaço para espantos. É o lugar do esperado inesperado; do canto, da dança, da bebericagem, da degustação, dos namoros, das declarações de amizade eterna, da nostalgia; o momento é de desarme-se, aqui o relógio dispara. Por isso, perder uma Festa boa é perder uma história peculiar, uma lembrança, o tilintar de um lugar que transpira magia.
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2 comentários:
As boas festas acabam e nem por isso terminam dentro da gente, né?
Beijos, moça :)
Tenho várias no currículo. Mas o naipe dos amigos ajuda!
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