Entre eu e o belo passante,
Do outro lado da rua,
Havia um tronco de árvore;
Lutei contra o arranjo de floemas e xilemas,
Apertei o passo,
O moço também;
Soltei o passo,
O moço também;
E o tronco sempre no caminhar nosso,
Irritantemente no meio,
Num passar quase combinado,
Pra gente não se ver;
O moço se foi,
Eu fui também...
Nem pude ter certeza do belo que passou...
2 comentários:
Odeio quando isso acontece. E olha que acontece!
"Nem pude ter certeza do belo que passou"...
Ah, essas belezas que costumam passar por nós feito sombras fugazes... talvez sejam tão belas justamente por isso - porque não as maculamos com o realismo dos nossos olhos sempre em busca de defeitos...
Muito belo o teu poema - delicado e gostoso como música.
E "Simple Man" também me estremece =D
Beijão e ótima semana!
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