Estava ali sob seus olhos
Acabara de encontrar
Nas pontas dos dedos
Pele, pêlos, temperatura
Tudo ali
Nas voltas
Nos caminhos sem volta
Nas pontas dos dedos
Os tum-tuns do peito
As pernas de caminhar vacilante
O engolir da saliva
A boca
Nas pontas dos dedos
O ar do respiro
O diafragma tenso
O ressonar turbulento
O giro dos caracóis
Nas pontas dos dedos
Quem diria
Que caberia
Tanta coisa naqueles pequeninos coxins
Dendritos da alma
Quem suporia
Pudessem lembrar
Cada textura
Cada burburinho
E movimento de testa
Ah! As pontas dos dedos!
Ficaram todos
Escultura viva
Escritos
Eternizados
Pontos indeléveis nas pontas dos dedos
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